Retirado do saite Diário do Nordeste
Orquestra Armorial do Cariri deve ser criada este ano
Músicos têm formação erudita. Segundo semestre será o marco para a formação da Orquestra Armorial do Cariri (Foto: ELIZÂNGELA SANTOS)
Depois, tirar a característica do solitário acorde de terreiro e das feiras do sertão nordestino pareciam quase impossíveis. Foi provado o contrário, imagine agora unir meninos e meninas das cidades caririenses no mesmo tom da Orquestra Armorial do Cariri.
O trabalho será iniciado em conjunto com os monitores, reunindo jovens a crianças e capacitando, observando as afinidades musicais. Uma busca aos vocacionados, porque o talento mesmo se constrói e isso está provado por Di Freitas. Mesmo assim, é preciso dar incentivo para que os jovens talentosos possam dar continuidade à arte de criar e reinventar música por meio do som das rabecas. Desta forma, nascem no Cariri verdadeiros amantes e profissionais da música.
E mais ainda, divulgadores de algo que chama a atenção aonde chegam, resgatando uma tradição que vem desde os colonizadores ibéricos — Portugal e Espanha.
Di Freitas, além de músico dos concertos, de experiência em orquestras, também busca na fonte sertaneja a originalidade. Quando iniciou o seu trabalho no Cariri, Di Freitas foi pesquisar o trabalho dos rabequeiros, a forma como confeccionavam os instrumentos. Músicos de Assaré, Quixadá, Itapipoca e por aí vai.
O projeto da orquestra nasce no mesmo princípio da tradição popular e ressalta o erudito. Di Freitas também busca, com isso, uma autonomia maior para o trabalho. Para isso, criou a Associação dos Voluntários para o Bem Comum (AVBEM), em funcionamento no Horto. Essa foi a forma encontrada para encaminhar o projeto de grande orquestra, aprovada por meio de edital do Banco do Nordeste.
O BNB entra com os instrumentos e espaços. As oficinas passarão a ser dadas nas cidades que aceitarem a proposta, por meio das secretarias de cultura. “O que foi feito em Juazeiro vai ser feito em cada município”, acrescenta o músico. Essa proposta, na verdade, já foi iniciada, exemplo disso a formação de jovens músicos em Araripe, por meio do Instituto Atos, incluindo as rabecas.
A primeira etapa, dentro da proposta de criar a orquestra armorial, é atuar com os músicos que já tocam no grupo. São eles, coordenados por Di Freitas, que levarão oficinas e farão os primeiros ensaios. Professores de outras cidades também virão ao Cariri trazer o seu conhecimento. O intercâmbio está pronto para ser realizado. “Esse projeto caiu como uma luva, numa região rica em cultura”, salienta o músico Di Freitas. A proposta da grande orquestra não limita o número de participantes. Uma idéia que poderá mudar o panorama musical da região.